segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Azedume



Jornal espanhol elege o presidente brasileiro como o líder mais influente de 2009


http://www.elpais.com/especial/protagonistas/lula-silva.html

A Z E D U M E

O presidente Lula foi eleito o personagem do ano por El País. O jornal espanhol publicou neste domingo (13/12) suplemento especial (ver capa acima) com a lista das 100 personalidades íbero-americanas que mais se destacaram em 2009. O perfil de Lula foi escrito pelo primeiro-ministro da Espanha: “Este es un hombre cabal y tenaz, por el que siento una profunda admiración”, disse José Luis Zapatero. Não consta repercussão desse fato na mídia tupiniquim.


A mídia hegemônica nacional tem preferido praticar o que o jornalista Luis Nassif denominou de “jornalismo esgoto” e fazer apologia ao complexo de vira-lata rodriguiano que afeta alguns brasileiros. A nova postura do Brasil no cenário internacional parece ameaçar os dutos coronarianos de conhecidos colunistas e articulistas dos principais jornais. Tira-lhes o sono e os faz espumar pelas ventas a soberana postura brasileira nos principais foros internacionais




Não é sem razão que o próprio Lula, ao receber o prêmio de Brasileiro do Ano (o leitor não sabia?), oferecido pela revista Isto É, fez severas críticas à cobertura da imprensa durante a crise econômica mundial. "O Brasil tem uma coisa engraçada. Tem dia que você acorda, lê os jornais, e a vontade é de se matar. Porque o mundo está acabando. Se vocês então ficarem só na manchete, nem saiam de casa. Porque tem um certo azedume, aquela coisa tão azeda, sabe, que faz mal para o país”, disse o Presidente.


Mais recentemente, o “cabal y tenaz” presidente havia reclamado de justificada “azia” que a leitura da nossa mídia lhe causava. Mesmo acometida de intensa “indigestão”, a representação da nossa imprensa prefere sempre silenciar, fingir-se de morta, deixando de produzir uma profunda reflexão sobre a relevância dos seus conteúdos para a sociedade. Ao invés, um silêncio comprometedor que reforça a tese do “azedume”que nos remete à leitura comparativa de outras fontes mais distantes. Assim:



The Economist, sexta-feira (11/12), divulgou dados da pesquisa Latinobarômetro, realizada em 18 paises da América Latina, que mostram nossos governos com maior credibilidade que nossos exércitos e mais satisfação com nossas democracias. 58% são contra o golpe em Honduras. Aumenta o reconhecimento da influência do Brasil na Região. No BBC Brasil, quinta-feira (10/12), “Meio Ambiente. Obama elogia parceria de Brasil e Noruega para preservar Amazônia”.

Na matéria do BBC Brasil, Obama, em comunicado conjunto com o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, diz que parceria pode servir de modelo para outros países.


Dia 5/12, editorial do The New York Times lamenta hesitação de Obama com o golpe de Honduras e pede a volta das "liberdades civis, inclusive liberdade de imprensa". E afirma que "Os militares de Honduras e de toda a região precisam saber que golpes não serão tolerados."


A New Yorker fala da “humilhação do governo Obama de ceder aos republicanos e aos conservadores do seu próprio partido”, com prejuízo para a democracia e alento para as oligarquias, no caso de Honduras. Fato que permitiu a posição do conservador Miami Herald, a defender o golpe e sugerir haver "uma dúzia de países, na América Latina, onde o cenário de Honduras poderia se reproduzir". Para restaurar “os interesses estratégicos dos EUA nas Américas".



El País saúda a vitória da democracia na eleição de Evo Morales; The New York Times louva o desempenho da economia e a manutenção da “força por mudança” na Bolívia; Newsweek repercute The Economist a enunciar como o Brasil virou "parâmetro no esforço global para diminuir a diferença entre ricos e pobres” e a explicar que "apesar de China e Índia estarem crescendo mais, estão se tornando mais desiguais, o que leva especialistas a olharem o Brasil como um modelo para a guerra contra a pobreza".



Pela amostragem, longe está a imprensa nacional de refletir a nova realidade vanguardista da política externa brasileira. Ou de retratar o orgulho da maioria da Nação ante a repercussão do seu país nos principais periódicos do mundo. El País, The Economist, BBC, The New York Times, Newsweek, têm suas imagens historicamente atreladas ao bom jornalismo. Não necessariamente isento ideologicamente, por serem conservadores, são respeitados pelo profissionalismo que falta em certo azedume local.

http://boletimhsliberal.blogspot.com/2009/12/z-e-d-u-m-e.html

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sirleide ensina sobre a democracia na Comunicação


Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.
Vídeo produzido pelo Intervozes Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert Stiftung remonta o curta ILHA DAS FLORES de Jorge Furtado com a temática do direito à comunicação. A obra faz um retrato da concentração dos meios de comunicação existente no Brasil.

Roteiro, direção e edição: Pedro Ekman
Produção executiva e produção de elenco: Daniele Ricieri
Direção de Fotografia e câmera: Thomas Miguez
Direção de Arte: Anna Luiza Marques
Produção de Locação: Diogo Moyses
Produção de Arte: Bia Barbosa
Pesquisa de imagens: Miriam Duenhas
Pesquisa de vídeos: Natália Rodrigues
Animações: Pedro Ekman
Voz: José Rubens Chachá

CC - Alguns direitos reservados
Você pode copiar, distribuir, exibir e executar a obra livremente com finalidades não comerciais.
Você pode alterar, transformar ou criar outra obra com base nesta.
Você deve dar crédito ao autor original. 

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A internet e o golpe da mídia


Durante ciclo de palestras jornalistas discutiram o papel da mídia e a influência da grande rede para o fim do monopólio das grandes empresas

Por Guilherme Araújo e Mariana Laboissiére


Feeds, Rss, link, post. Palavras como essas viraram jargões do jornalismo feito em blogs. Esses espaços ainda são mistério para muitas pessoas. No entanto, cada vez mais profissionais se vêem obrigados a acompanhar as novas tendências. Esse é o caso do jornalista e blogueiro Paulo Henrique Amorim, um dos cindo profissionais convidados pelo Instituto de Educação Superior de Brasília (Iebs) e pela Escola Livre de Jornalismo para discutir o papel das novas mídias no séc. XXI. As apresentações aconteceram entre os dias 26 a 30 de outubro.

Mais de 400 pessoas puderam assistir à palestra de Paulo Henrique Amorim no auditório do Iesb. Ele foi o primeiro a discursar. A maratona de palestras traria nos dias seguintes Luiz Carlos Azenha, Luiz Nassif, Rodrigo Vianna e Marco Weissheimer.

Paulo Henrique Amorim iniciou sua fala sobre a importância de leitores e telespectadores fazerem critica por meio dos blogs. “Saímos do domínio das três famílias do PIG [Partido da Imprensa Golpista]”, disse. “Antes eram os Marinho, os Fria e os Mesquita quem designavam o que era notícia no Brasil. Agora é diferente”, reiterou.

Ao longo de sua palestra, Amorim afirmou que a grande imprensa manipula informações para favorecer interesses próprios e acusou o PIG de ter catalisado crises no Brasil. Entre elas, ele citou a do Enem, a de Honduras e a do Senado. “O Estadão descobriu só agora que o Sarney é o Sarney”, ironizou. “Temos que estar atentos, pois esse partido mente e frauda”, alertou.

Foi com o intuito de enfrentar e denunciar a “imprensa golpista” que Paulo Henrique Amorim criou o blog “Conversa Afiada”. O jornalista falou sobre a sua trajetória na produção independente. “A minha página foi ganhando leitores e hoje tem mais acessos que o site da revista Veja”, lembrou. “Uma das armas no meu blog são os informantes não remunerados. Eles são responsáveis por 30% de todo conteúdo”, concluiu.

Ao final de seu discurso, Amorim explicou a importância da internet e dos blogs no combate a corrupção da mídia. “Vamos enfrentar a imprensa golpista com essa ferramenta poderosa, pois só assim quebraremos o monopólio”, enfatizou.


Confira abaixo um trecho da palestra do Paulo Henrique Amorim:

A História se repete

Assim como Paulo Henrique Amorim, o jornalista Luiz Carlos Azenha aproveitou o púlpito montado no Iesb para protestar. Ele foi o segundo jornalista a se apresentar em ocasião do ciclo de palestras.


Em sua palestra, Azenha criticou a imprensa, alegando que ela escolhe o que é notícia de acordo com seus interesses. “Tudo é partidário”, afirmou. “A mídia escolhe alguns escândalos que prejudicam determinados grupos políticos. Eles têm interesses econômicos e acabam usando o noticiário para defender sua própria empresa”, relatou. Para ilustrar o discurso, o jornalista citou o caso envolvendo a ministra da Casa Civil Dilma Russeff e a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira.

“Vi o Mundo” é o nome do blog de Azenha. Segundo ele, a iniciativa de criação se deu após o “Escândalo das Ambulâncias”, em 2006. “A mídia não divulgou nada sobre o assunto, então decidi eu mesmo publicar na minha página”, explicou. “80% das ambulâncias eram superfaturadas e o caso teve participação do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa”, justificou.

O jornalista, que passou por grandes redações e foi correspondente da extinta Rede Manchete e do SBT, disse que no futuro pretende se dedicar exclusivamente ao blog. Ele afirma que vê um grande futuro para o jornalismo feito na internet, no entanto, não acredita que os jornais convencionais venham a acabar. “O que vai mudar nesse enredo é o papel dos jornais e dos jornalistas".

Fãs puderam conferir show da banda U2 pelo computador

Youtube transmite show em tempo real


Por Guilherme Araújo e Mariana Laboissiére

Nada de ingressos e filas para entrar no show. Basta apenas apagar a luz do quarto, aumentar o som do computador e concentrar até o show começar. Foi assim que o fã da banda U2 Welsimar Vieira Teles, 29 anos, preferiu assistir ao concerto da banda no último dia 26 de outubro. Além de visão privilegiada, ele pôde conferir a apresentação ao vivo.

Os integrantes do grupo irlandês subiram ao palco montado no estádio Rose Bowl, no estado da Califórnia, Estados Unidos, no dia 25 de outubro às 20h30, horário local, mas Teles só pôde acompanhar a performance às 1h30 do dia seguinte no Brasil - devido ao fuso horário. Segundo ele, a iniciativa é um marco para os apreciadores das musicas do U2.

A idéia da transmissão ao vivo do concerto surgiu de uma parceria entre o U2 e o canal de vídeos Youtube. Além do Brasil, pessoas em outros 15 países puderam acompanhar seus ídolos pela web.

O universitário goiano Pedro Simões, 21 anos, também acompanhou o show e descreveu a experiência. “Agora mesmo estou assistindo ‘I still haven't found what I'm looking for’, uma das maiores canções da banda”, contou na ocasião. “O Bono Vox parou no meio da música pra ouvir o pessoal cantando. Eu quase chorei aqui”, confessou ainda.

O show que aconteceu nos Estados Unidos faz parte da "U2 360º Tour" e é baseado no álbum "No Line On The Horizon". O palco usado para as apresentações é um dos maiores já construídos para concertos no mundo. Ele mede 50 metros e pesa 390 toneladas. A estrutura se assemelha a uma aranha de quatro patas. O dono da idéia é o arquiteto Mark Fisher, que já trabalha com o U2 há vários anos.


Acesse o show na íntegra clicando aqui.

Fonte: De tudo um pouco

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Blogosfera em debate no IESB



Enviado por Danilo Soares:

Vamos lá:

O IESB e a Escola Livre de Jornalismo reúnem alguns dos principais nomes
da blogosfera brasileira para debater o papel da imprensa no século 21.

Cinco dos principais nomes da blogosfera independente brasileira
estarão em Brasília, entre os dias 26 e 30 de outubro, para discutir
com estudantes de comunicação e profissionais da imprensa o papel das
novas mídias. À frente de blogs campeões de audiência, Paulo Henrique
Amorim, Luís Nassif, Luiz Carlos Azenha, Rodrigo Vianna e Marco
Weissheimer vão conversar sobre a importância das novas mídias.

Esse time de primeira linha vem promovendo, na internet, um amplo
debate sobre a qualidade da informação oferecida pelas mídias
tradicionais, servindo como paradigma na mediação entre público e
notícia. Os cinco jornalistas foram convidados a falar da internet
como alternativa de informação para o público, o novo mundo das redes
sociais, a crise da mídia corporativa e o exercício da cidadania
online.

O ciclo de palestras será realizado no auditório principal do IESB, no
Campus Edson Machado, na Asa Sul, em Brasília, das 19h às 21h30, e é
uma iniciativa da própria instituição, uma das mais respeitadas da
capital federal, em conjunto com a Escola Livre de Jornalismo. O
objetivo é estimular estudantes de comunicação e jornalistas a debater
os rumos da chamada grande imprensa e a conhecer o pensamento crítico
de alguns dos principais nomes da blogosfera independente.

Juntos, esses cinco blogueiros formam uma espécie de consciência
crítica da chamada mídia nacional. Segundo o jornalista Paulo Henrique
Amorim, responsável pelo site Conversa Afiada, o grupo é a “Armata
Brancaleone” da blogosfera brasileira, uma definição bem humorada, mas
que revela o poder de influência que exercem sobre parcela
significativa dos formadores de opinião no Brasil.

“Eles são uma das principais redes informais de blogs independentes,
cuja missão primordial tem sido a de ser o ‘grilo falante’ da mídia
tradicional corporativa, até então um poder hegemônico”, afirma o
jornalista Leandro Fortes, repórter da revista CartaCapital e um dos
fundadores da Escola Livre de Jornalismo, ao lado do jornalista
Olímpio Cruz Neto, entidade voltada à formação de novos profissionais
da imprensa. Junto com o IESB, a Escola Livre de Jornalismo é
responsável pela organização do ciclo de palestras. “Unir esses
jornalistas é uma oportunidade histórica para aqueles que querem falar
sobre os rumos da comunicação social brasileira”, afirma Olímpio Cruz
Neto.

Os cinco jornalistas convidados vêm sendo requisitados a participar de
palestras e debates, Brasil afora, para falar sobre a função crítica
emergente dos blogs. O papel desses novos meios tem modificado as
relações entre público e mídia no país e forçado os veículos de
comunicação a se adaptarem aos novos tempos. Afinal, agora, leitores
atuam não apenas como consumidores de notícias, mas fiscais da
imprensa, interagindo com editores e jornalistas em tempo real.

Quem são os palestrantes

* 26/10 - Paulo Henrique Amorim – Jornalista com mais de 30
anos de experiência, mantém o blog Conversa Afiada, um ambiente de
fluxo constante de textos entrecortados de crítica e informação. Dono
de uma verve sarcástica e bem humorada, Amorim tornou-se uma
referência de acompanhamento e vigilância dos erros e das manipulações
da mídia, além de tratar com grande propriedade das mazelas gerais do
cotidiano brasileiro. Atualmente, trabalha na Rede Record de
Televisão, mas teve passagens pela Rede Globo, Rede Bandeirantes, UOL,
Veja e Jornal do Brasil.
* 27/10 - Luís Nassif – Pioneiro no mundo do jornalismo
eletrônico, foi um dos primeiros profissionais da imprensa brasileira
a compreender a dimensão e a força da internet como meio realmente
democrático de comunicação. Há dois anos, lançou-se, em seu Blog do
Nassif, em uma guerra solitária ao escrever uma série de análises
jornalísticas sobre a revista Veja, da Editora Abril, obra ainda em
progresso. Essa iniciativa serviu para popularizar o espaço dos blogs
como ambiente de discussão, crítica e fiscalização da mídia
brasileira. Jornalista econômico respeitado, Nassif tem mais de 30
anos de profissão e é criador e editor-chefe da Agência Dinheiro Vivo
e comentarista da TV Brasil. Antes, foi colunista e membro do conselho
editorial do jornal Folha de S.Paulo, tendo iniciado a carreira na
revista Veja.
* 28/10 - Luiz Carlos Azenha – Veterano no uso da internet
como ferramenta de comunicação desde os tempos em que era
correspondente da TV Globo nos Estados Unidos, Azenha mantém está à
frente de um dos blogs mais ecléticos da blogosfera brasileira, o Vi o
Mundo. Trata-se de um espaço permanente de debates e idéias, com
formato e dinâmica de uma revista eletrônica, permeado por artigos,
reportagens e vídeos. O blog vem tratando de temas relevantes, como
campanhas de prevenção a Aids e análises de conjuntura política e
social. Azenha tem sido um crítico incansável do mau jornalismo
praticado, em grande escala, por parte da mídia brasileira.
Atualmente, é repórter da Rede Record e documentarista independente.
* 29/10 - Rodrigo Vianna – O blog de Vianna, Escrevinhador,
tornou-se uma voz ativa e analítica da realidade e do jornalismo
brasileiro. Repórter por excelência, é dono de um texto irônico e, em
muitos aspectos, divertido, cuidadosamente montado a partir de idéias
e informações. Vianna faz da crítica midiática uma missão do blog.
Atualmente, é repórter da Rede Record de Televisão, depois de longa
experiência na TV Globo.
* 30/10 - Marco Weissheimer – Foi graças ao blog de Marco
Weissheimer, o RS Urgente, que o cidadão do Rio Grande do Sul pode
sair da escuridão midiática na qual tem sido mantido, ao longo de três
décadas, por conta da hegemonia de um só grupo de comunicação social,
a mandar em praticamente em todos os veículos jornalísticos do estado.
Foi o blog de Weissheimer que primeiro deu visibilidade e,
posteriormente, conseqüência às denúncias de corrupção que envolvem,
no Rio Grande do Sul, a governadora Yeda Crusius. Por causa disso, o
RS Urgente virou referência crítica e noticiosa imprescindível no Sul,
sobretudo para os jornalistas gaúchos
.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Na gaveta


Globo e Record têm concessões renovadas sem debate público

Jacson Segundo

As concessões de TV de quatro emissoras da Rede Globo e duas da Record foram oficialmente renovadas na última quinta-feira (10) pelo Congresso Nacional. Assim, as duas empresas ganham permissão para transmitir suas programações por mais 15 anos. No caso da Globo, esse prazo vai até 2022 e da Record, até 2013. Assim como acontece com os outros processos de renovação de outorga na radiodifusão, não houve a participação dos mais interessados no assunto: o público.

As renovações em questão ganham ainda mais importância por se tratarem de emissoras próprias das duas empresas, que respondem hoje por mais de 60% da audiência de TV no país. Além disso, nos dois casos as outorgas renovadas são para as chamadas "cabeça-de-rede", que centralizam maior parte da produção que é transmitida pelas afiliadas espalhadas pelo país. As emissoras da Rede Globo cujas concessões foram renovadas ficam em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Já as da Record estão situadas no Rio e em Itajaí (SC).

A análise dos processos, que passam por dois ministérios - o das Comunicações e a Casa Civil - e pelo Congresso Nacional, durou pouco mais de dois anos. Este prazo contrasta com a morosidade registrada para os demais processos de renovação. Há casos de emissoras funcionando com licença vencida há mais de 10 anos.

O fato de essas emissoras influenciarem quase toda a população brasileira parece não ter sido motivo suficiente para uma análise menos burocrática e mais transparente de seus pedidos de renovação das outorgas. Na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara Federal - uma das principais instâncias que analisam esses casos -, por exemplo, a aprovação das renovações foi unânime. A participação da sociedade no processo se restringiu a uma Audiência Pública na Câmara, em novembro de 2008, que tratou da renovação de um conjunto de várias licenças, entre elas as da Globo e Record.

Embora esta audiência tenha sido um marco no histórico de nenhuma transparência com que são tratados os processos de outorga e renovação de licenças de rádio e TV, a avaliação é de que, individualmente, os processos não foram devidamente publicizados. "Não houve um processo de discussão pública", enfatiza a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP), integrante da CCTCI.

Sem fiscalização

O processo também é alvo de críticas pela falta de fiscalização sobre o cotidiano das empresas. Para João Brant, integrante do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, essas renovações recém oficializadas referendam um processo que começou errado. "A Casa Civil pediu para que essas emissoras comprovassem o cumprimento dos requisitos mínimos previstos em lei e elas disseram que era função do governo fiscalizá-los", relata.

Ou seja: nem a obediência a critérios constitucionais, como a regionalização da produção e o cumprimento do limite de publicidade em suas programações, foram avaliados porque o Ministério das Comunicações não faz a fiscalização adequada no decorrer do período de utilização do canal pelo concessionário.

Os conteúdos produzidos pelas emissoras de rádio e TV também são pouco ou nada avaliados pelos congressistas e pelo governo no momento de análise de um pedido de renovação de outorga. Para Augustino Veit, integrante da Coordenação Executiva da Campanha Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, isso é um equívoco. "Se há denúncias fundamentadas em relação à programação, constitui motivo para não renovar", defende ele.

A campanha elabora anualmente um ranking de programas televisivos que recebem mais denúncias por parte dos telespectadores. Recentemente, os reality shows da Globo, por exemplo, têm sofrido várias reclamações da população. É o caso do Big Brother e do No Limite. "Eles ferem a dignidade dos telespectadores, que se vêem ultrajados", relata Augustino.

A Record, por sua vez, tem sido acusada por discriminação racial. As denúncias que chegam à campanha indicam que alguns programas exibidos na emissora associam a população negra e suas manifestações religiosas ao mal.

Campanha

Apesar de o processo de renovação das concessões destas emissoras ter passado despercebido para a maioria da população, serviu de motivo para que a sociedade organizasse uma campanha para debater o tema. Em 5 de outubro de 2007, data em que venceram as concessões de grandes empresas de radiodifusão (incluindo as da Globo agora renovadas), foram realizados atos por todo o Brasil pedindo democracia e transparência nas concessões de rádio e TV.

As entidades participantes da campanha também produziram documentos exigindo mudanças nos critérios utilizados para concessões e renovações de outorgas. Propuseram, entre outras ações, o estabelecimento de novas licitações ao fim de cada período de concessão, mantendo o direito à atual detentora da outorga de concorrer pela renovação; definição de um contrato específico de concessão de rádio e TV que explicite as obrigações, deveres e direitos do concessionário e a proibição legal de arrendamento, subconcessão e da transferência direta de outorga (seguindo o artigo 223 da Constituição Federal, que estabelece que toda concessão deve ser aprovada pelo Congresso Nacional).

O Congresso não está totalmente indiferente ao tema. Em dezembro de 2008 foi encaminhado ao governo e a outras instituições um relatório produzido por uma subcomissão da CCTCI propondo várias alterações legais sobre o tema. O texto, elaborado pela então deputada federal Maria do Carmo Lara (PT-MG), sugere que os parlamentares aprovem uma Proposta de Emenda Constitucional que "expressamente proíba que parlamentares sejam proprietários, controladores, diretores ou gerentes de empresa de radiodifusão sonora e de sons e imagens", vedação também estendida a qualquer ocupante de cargo público.

O relatório também pede a revogação dos parágrafos 2º e 4º do Artigo 223 da Constituição. O primeiro estabelece que a não renovação de uma outorga de rádio ou TV ocorra somente com 2/5 dos congressistas negando a nova autorização em votação nominal. O segundo estipula que apenas o Poder Judiciário tem a prerrogativa de cancelar uma outorga de rádio e TV.

Para que o relatório saia do papel, porém, a deputada Luiza Erundina acredita que será preciso criar condições políticas para isso. Uma delas é a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação. Como o tema está contemplado nos eixos temáticos do evento, Erundina espera que a mobilização social ajude a realizar uma revisão do marco legal sobre a gestão do espectro.

Também ajudará nesse processo a reativação da subcomissão da CCTCI de onde saiu o relatório. Desativada desde a aprovação do seu relatório em 2008, voltará a funcionar em breve, com a presidência da deputada Erundina e com a relatoria da deputada Iriny Lopes (PT-ES).

Outras emissoras pertencentes à Record e também outorgas dos grupos Bandeirantes (Band e Rede 21) e RBS - também vencidas em 2007 -, entre outras, serão algumas das próximas a passarem pelo Congresso. O governo já acatou o pedido de renovação para suas concessões e deve enviar os processos à Câmara nos próximos meses. Elas estão com suas outorgas vencidas desde fevereiro deste ano. Como não há expectativa de mudanças no trâmite a curto prazo, é provável que elas sejam aprovadas assim como vem acontecendo há anos: sem a participação da sociedade.

Saiba mais

* Antes de 1988, o Ministério das Comunicações decidia para quem iriam as concessões. Depois da nova Constituição, os processos têm de passar pelo Congresso. Até 1995, porém, a indicação do Executivo ao Congresso daqueles que deveriam ser os concessionários, ainda deixava o processo nas mãos do Executivo. Isso só mudou com o decreto que estabeleceu o processo de licitação para novas concessões. O critério principal para se obter uma emissora de rádio ou TV tornou-se o poder econômico.

* A renovação só não acontece se 2/5 do Congresso, em votação nominal, se pronunciar contra.

* Durante a vigência da concessão, a outorga só pode ser cancelada por decisão judicial.

* Um decreto de 1983 garante às emissoras que, caso expire a concessão sem decisão sobre o processo de renovação, o serviço poderá ser mantido em funcionamento, em caráter precário. Basta apresentar o pedido de renovação. Na renovação, não se abre processo para nova licitação.

* O tempo médio de tramitação para as permissões de rádio FM, por exemplo, é de sete anos.

Passo a passo

* A emissora que tem sua concessão em vias de expirar deve manifestar interesse em continuar prestando o serviço de três a seis meses antes da data limite.

* O pedido vai para o Ministério das Comunicações. Ele analisa e envia para a Casa Civil, que, aprovando o pedido, encaminha ao Congresso.

* No Congresso, o processo é analisado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara. Depois de aprovado pela CCTCI, o processo segue para a Comissão de Justiça e Cidadania (CCJ), que também pertence à Câmara.

* Por último, o pedido de renovação da concessão é analisado pelo Senado, por meio de uma comissão interna.

* Esse processo, no caso de emissoras de TV, pode durar mais de três anos. Em casos de emissoras de FM, leva, em média, sete anos.

16.09.2009

Jacson Segundo, do Observatório do Direito à Comunicação

domingo, 20 de setembro de 2009

Reunião de pauta para o 1° Encontro de Formação - CA Com. Social

From: Danilo Soares
Date: 2009/9/20
Subject: Reunião de pauta para o 1° Encontro de Formação - CA Com. Social.
To: IESB Urgente



Pessoal,

Dia 21 de Setembro, às 21h e 30min no Campus Sul ( "palco vermelho/ pufs/ próximo ao bloco H) vai acontecer uma reunião de pauta do 1°encontro de formação do CA de Comunicação Social - IESB.
Nesta reunião, vamos sugerir propostas para a realização desse encontro, formas de divulgação, estrutura física, discussões, palestrantes e conteúdo do encontro.

É mais que necessário a participação de cada estudante, pois um Centro
Acadêmico existe para legitimar as reivindicações estudantis e só é possível com a participação e apoio de grande parte do corpo estudantil.
Portanto, participem. É necessário o apoio de todos vocês seja em um
simples texto pra um futuro jornal ou para a organização de um grande
evento.

Até lá.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Câmera Escura


O sujo falando do mal lavado. A briga GloboxRecord

Pilantragens e pilantragens

Um mundo cheio de Linas e tapiocas
* Maria Inês Nassif

O caso da “denúncia” feita pela ex-secretária da Receita Lina Maria Vieira contra a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, não é o primeiro episódio na história recente do país em que um clima de escândalo sobe a uma temperatura máxima, alimentado por fatos que são o centro das atenções políticas por semanas até que sumam no ar como fumaça. Nesse caso, depois do depoimento de Lina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, anteontem, e de inúmeros indícios apontados por apoiadores e detratores, a pergunta que vem à cabeça dos acompanhantes mais atentos da cena política é: qual é mesmo o crime?


Lina disse, em entrevista à “Folha de S. Paulo”, que no final do ano passado Dilma pediu que a Receita concluísse rapidamente inquérito em andamento contra o filho do senador José Sarney, Fernando. Os jornais e a oposição inferiram daí que a ministra-chefe da Casa Civil pressionou a Receita a arquivar os processos contra o empresário maranhense. E se apegaram, como prova do crime, a uma suposta reunião que Lina teria mantido com Dilma. Passou-se a considerar que, provada a existência desse encontro, estaria automaticamente atestada a pressão de Dilma em favor do filho do presidente do Senado.

Convocada à reunião de Comissão e Justiça do Senado para explicar sua “denúncia”, Lina reiterou o “crime” de Dilma, de tê-la convocado para uma reunião, mas absolveu-a da acusação de tê-la pressionado para livrar a cara de Fernando Sarney na Receita. “Eu entendi, das palavras da ministra, que resolvesse logo as pendências, que desse celeridade ao processo, não me senti pressionada pela ministra”; “a ministra disse para agilizar a fiscalização do procedimento contra o filho de Sarney, mas, de forma alguma, o pedido foi para não investigar o filho de Sarney. Foi apenas para dar agilidade”; ao voltar a Receita, pediu a um dos subsecretários levantamento dos processos em andamento, descobriu “que tudo estava em ordem” e colocou “uma pedra no assunto”: “Não dei mais retorno para a ministra e ela não me cobrou mais sobre o assunto” (Valor, 19/8, A8).

O depoimento da ex-secretária da Receita sequer foi dúbio, ao contrário de suas contraditórias declarações anteriores. Ela inocenta a ministra da acusação que seria de fato crime: pressionar a Receita para não investigar alguém. Na ausência de evidências de pressão, a oposição retoma a estratégia de que o crime é ter convocado uma reunião. E pede acareação.

É certo que, nesses movimentos em que se força a criação de climas de forte comoção política, pouco importa o que se disse ou se dirá em favor de uma ministra cujo principal problema não é ter se reunido com alguém, mas ser candidata à sucessão de Lula em 2010, com o apoio de um presidente que tem grande popularidade e, supõem-se, capacidade de transferência de votos. Mas também não se registra uma tentativa de Dilma e dos governistas que assumiram a sua defesa de registrar o ridículo da situação. Caíram numa armadilha e vão ter que ficar na defensiva, negando que a reunião tenha existido, até que o fato que seria central – a pressão para inocentar Sarney, negada pela própria Lina – caia definitivamente no esquecimento, por falta de provas. O caso Lina, após a reunião da CCJ do Senado, entrou na lista das tapiocas.

Pelo padrão do que tem sido a disputa política nos últimos sete anos, desde a posse de Lula, presume-se que, daqui até as eleições do ano que vem, as tapiocas se repetirão, numa mesma técnica: denuncia-se, o fato denunciado é alimentado por pequenos detalhes enquanto for possível, convoca-se comissões e acareações e o clima chega (pelo menos institucionalmente) ao limite da tensão. Enquanto é possível, cria-se uma moral própria para o momento: a tapioca é imoral; convocar reunião é imoral. A repetição é fundamental na criação de um clima onde se atribui moralidade própria a um fato menor. E cada detalhe é prova da justeza do novo julgamento moral. A criação de “ondas” de comoção política atinge de imediato uma parcela da opinião pública que já é identificada ideologicamente com esses setores. São mais sensíveis a construções de caráter moral as classes médias. Nesse segmento social, as construções da oposição certamente criaram clichês próprios: a “tapioca”, o “mensalão” como característica exclusiva do PT etc. A estratégia de criar comoção política apenas é vitoriosa eleitoralmente, todavia, se consegue se expandir para além dos seus próprios votos, subtraindo eleitores do outro lado.

Na política recente, a exploração do escândalo Sarney teria muito maior potencial de expansão para setores sociais que votam hoje em Lula. Para a maioria da opinião pública, segundo atestam as últimas pesquisas, Sarney é a representação do que existe de ruim na política – e ele se sustenta graças ao valioso apoio do presidente Lula. O problema é que esse episódio tem potencial de atingir indiscriminadamente todos os partidos representados no Senado. Os fatos contra Sarney levantados pelos jornais não são assumidos como instrumento de luta política com tanta convicção pela oposição, como tem sido com o episódio Lina. Existem razões para isso.

Maria Inês Nassif é editora de Opinião do Valor Econômico.

Blog do Olímpio Cruz

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Globo x Record

Uma guerra privada com armas públicas

Não há mocinhos em nenhum dos lados da recente briga entre a TV Globo e a Rede Record de Televisão. Também não há mentiras nos ataques de uma contra a outra: os Marinho sempre tiveram uma relação espúria com o poder e a Record, uma interação promíscua com a Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o problema central nessa guerra é que estão guerreando com armas alheias. Estão guerreando com armas públicas.

Por Rodolfo Vianna em 18/8/2009 (Reproduzido do Observatório do Direito à Comunicação)

Não há mocinhos em nenhum dos lados da recente briga entre a TV Globo e a Rede Record de Televisão. Também não há mentiras nos ataques de uma contra a outra: os Marinho sempre tiveram uma relação espúria com o poder e a Record, uma interação promíscua com a Igreja Universal do Reino de Deus. Mas o problema central nessa guerra é que estão guerreando com armas alheias. Estão guerreando com armas públicas.

É ingenuidade de pouco eco crer que não existem interesses econômicos e ideológicos guiando os grandes grupos de comunicação do país. A comunicação de massa tem papel estratégico na organização social e criação de valores e a informação também sofre diversos tipos de manipulações, das mais explícitas – edições de texto/imagens, escolha das fontes, qualificações – às mais sutis – o que é silenciado, o "tom" sobre o informado, as relações de uma notícias com outra, a ordem de apresentação.

É por isso que a luta pela democratização da comunicação não se restringe à criação de normas de conduta ao jornalismo hoje praticado, buscando a isenção e objetividade. Essa luta tem de visar a possibilidade de multiplicação de vozes, a multiplicação do que é informado e como é informado, permitindo ao cidadão obter mais dados sobre uma determinada realidade para que, com eles, forme seu juízo. Com o monopólio ou oligopólio da informação, restringem-se as versões da realidade, orientando visões de mundo.

Amadorismo tacanho

Qual o problema, então, com a recente disputa entre a Rede Globo e a Rede Record? Esta última está expondo a milhões de telespectadores informações que antes só eram conhecidas de um grupo restrito sobre a tenebrosa história da maior emissora do país. A Globo, por sua vez, ataca o sistema nervoso da segunda maior emissora, os incontáveis problemas da Igreja Universal do Reino de Deus. O conflito quebra um tácito pacto de não agressão entre os poderosos, e mais informações são disponibilizadas ao público. Quando dois gigantes brigam, os pequenos podem tirar proveito, imagina-se.

Só que esta "guerra" escancara de uma forma sem precedentes uma prática ilegal e imoral: os interesses privados estão sendo defendidos com armas públicas, as concessões de TV entregues aos Marinho e a Edir Macedo. Ao lançarem mão destas "armas", comprometem a função social dos meios de comunicação e, mais, infringem normas de utilização de uma concessão pública de radiodifusão.

Diferentemente de um jornal impresso, que é privado e responde atualmente somente às leis dos códigos Civil e Penal (já que não existe mais a Lei de Imprensa...), as emissoras de televisão operam por meio de concessões públicas e, como tais, estão obrigadas a cumprir determinações legais para o seu funcionamento. Não podem fazer o que bem entender com a sua programação, uma vez que só possuem o direito de chegar aos lares de praticamente todos os brasileiros porque o Estado brasileiro, em nome do povo, as tornou concessionárias públicas de radiodifusão.

Portanto, não importa quem tem razão nessa guerra privada entre Globo e Record. As duas cometem um gravíssimo erro ao utilizar a arena pública da radiodifusão de forma privilegiada para travarem as batalhas privadas que lhes interessam. A Rede Globo, caminhando por mais anos nessa estrada, tem mais expertise. Seus interesses são mais bem travestidos de "notícias" relevantes apresentadas à sociedade nos seus telejornais. A Record peca por um amadorismo tacanho, com a edição de "reportagens" em que nem sequer se preocupam em fazer a clássica divisão da objetividade aparente entre "opinião" e "informação".

Mesmo lado

Mas não importa o nível de sofisticação de cada uma delas. A disputa Globo x Record é a mais recente e nítida apropriação do público pelo privado.

(leia a íntegra)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

IESB no orkut

Para quem não viu ainda, tem propaganda do IESB no ORKUT. Olha só:



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sábado, 8 de agosto de 2009

"comunicação contaminada faz mais mal à saúde que água suja"


"Fúria da Globo é em relação à Conferência de Comunicação"


Em debate promovido pelo portal Vermelho, na sexta-feira (07), Paulo Henrique Amorim, do blog Conversa Afiada, disse que veículos como a Globo e a Folha de S. Paulo estão "exageradamente golpistas", em consequência da convocação da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) e pela descoberta de petróleo na camada de pré-sal durante o governo Lula.


O debate "Como enfrentar o PIG - Partido da Imprensa Golpista" organizado pelo Portal Vermelho contou com a presença Paulo Henrique Amorim, da TV Record e do blog Conversa Afiada; Laurindo Lalo Leal Filho, ouvidor da Empresa Brasil de Comunicação (EBC); e Altamiro Borges, diretor do Vermelho.

Após o debate, a noite de sexta-feira foi marcada também pelo coquetel de lançamento de dois livros publicados recentemente pela Associação Vermelho: ''Comunicação pública no Brasil: uma exigência democrática'', organizado por Renata Mielli; e ''A ditadura da mídia'', de Altamiro Borges.

Bem-humorado, o jornalista Paulo Henrique Amorim citou mais uma expressão que passará a utilizar no blog Conversa Afiada: o "PUM do PIG", Programa Unificado da Mídia do Partido da Imprensa Golpista, expressão que utiliza para denunciar a atuação unificada dos grandes veículos de comunicação em torno de alguns objetivos.

Segundo ele, há dois exemplos em curso de PUM, o primeiro é a opinião do PIG de que, devido à ineficácia do gov Lula, o Brasil morrerá de gripe suína, e o segundo é derrubar Sarney. E então o jornalista ironiza: "O PIG descobriu que o Sarney é o Sarney".

Lula cometeu erro estratégico

PHA se apresentou cético em relação aos resultados da Confecom. Para o jornalista, o governo Lula cometeu um erro estratégico ao não criar bases institucionais para derrotar o "PIG". O jornalista também defendeu a implementação de políticas públicas de estímulo aos veículos alternativos e considera que o avanço mais significativo na comunicação seja o trabalho de democratização do acesso à internet, embora lamente o engavetamento do projeto da Ancinav.

Além da Confecom, Paulo Henrique Amorim citou a descoberta de petróleo na camada de pré-sal como um dos motivos recentes de fúria da grande mídia e comparou a descoberta ao momento da campanha "O Petróleo é Nosso" e a situação política que levou ao suicídio de Getúlio. Já o professor Laurindo Lalo Leal foi além: "o golpe que matou Getúlio e o que derrubou João Goulart foram organizados pela imprensa".

A América Latina avança

Lalo defendeu que os caminhos para enfrentar o PIG passam pela presença regulatória mais forte do Estado em relação às concessões de espectro e o estímulo a veículos contra-hegemônicos. O ouvidor da EBC discorreu sobre os avanços em termos da democratização da comunicação em diversos países da América Latina, destacando-se o investimento em rádio e em veículos públicos.

Quanto ao Brasil, considera que o principal avanço foi a criação da EBC. Entretanto, ressaltou que qualquer tentativa de regulamentação é rapidamente taxada pelos veículos da mídia hegemônica como censura e citou o próprio caso da classificação indicativa e também a Ancinav.

"O debate sobre o PIG está crescendo, e deixa de ser coisa para especialistas". Com voz de satisfação, foi com esta frase que Altamiro Borges, o Miro, iniciou sua intervenção no debate. O jornalista valorizou a forte presença de movimentos sociais na conferência estadual de comunicação de São Paulo e soltou: "comunicação contaminada faz mais mal à saúde que água suja".

Processo da Confecom é pedagógico

Miro avaliou que o processo da Confecom é pedagógico, ajuda na tarefa de estimular o senso crítico e acredita que mais pessoas estão se dando conta de que a comunicação é um direito e uma questão primordial à democracia.

E levantou algumas bandeiras a serem defendidas na Conferência: fortalecimento da rede pública; rediscussão das concessões públicas; inclusão digital; fortalecimento da radiodifusão comunitária; estabelecimento de critérios para a distribuição da publicidade oficial, visto que hoje 48% desta verba é destinada só para a TV Globo; controle social e a constituição de um novo marco regulatório para a comunicação no país. E finaliza: "além do grande esforço da TV Pública". Miro defendeu ainda a criação da "Sociedade de Amigos da TV Brasil"

Para Miro, para combater o PIG é necessário organizar o "PIB", Partido Independente dos Blogueiros, termo alcunhado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha, do blog "Vi o mundo", que estava presente ao debate.

Miro defende que, respeitando a diversidade, a riqueza dos blogs e outros veículos alternativos, é urgente criar uma sinergia entre esses veículos. Neste tema, Paulo Henrique Amorim defendeu a constituição de um fundo público, sem vínculos partidários ou religiosos, para financiar veículos alternativos.

O PL do Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) também foi citado como instrumento que tem o objetivo de cercear o uso da internet, considerado até então um espaço mais democrático.

do Vemelho,
Por Luana Bonone
http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=61119

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Seminários Margem Esquerda



UNB (Brasília) - Anfiteatro 09/ICC-Norte

1/9, terça-feira
15h: A crise estrutural do capital e o desafio do socialismo no século XXI
Gilson Dantas, Rodrigo Dantas e Valério Arcary

Todas as atividades terão ENTRADA LIVRE e serão gratuitas.
Informações sobre certificados em boitempoeditorial. wordpress. com

terça-feira, 4 de agosto de 2009

domingo, 2 de agosto de 2009

Mídia quer impedir a Democratização


É só o começo. A aproximação da Conferência Nacional de Comunicação, que se realizará em dezembro, está deixando a mídia histérica.

Com o descaramento de quem tanto se beneficiou durante a ditadura militar, usando de artifícios, querem por fim ao projeto de democratização e da consolidação de uma rede pública.

É preciso mudar de canal e abrir os olhos para a finalidade da televisão.

Vale a pena ler a matéria publicada no blog “Janela sobre a palavra”.



'Folha' lança campanha pelo fechamento da TV Brasil

Como sempre, a Folha de S.Paulo e a mídia hegemônica não dão ponto sem nó. A reportagem da Folha sobre a crise na EBC, publicada nesta quinta-feira (30) sob o título “Tela Fria”, não era desinteressada e muito menos procurava informar os acontecimentos envolvendo as renúncias de membros do conselho curador da EBC e as dificuldades de implantação da rede pública de televisão no país, como ficou explicito no editorial desta sexta, "TV que não pega".

Por Renata Mielli, no blog Janela sobre a Palavra


O jornal dos Frias lança descaradamente a campanha pelo fechamento da TV Brasil. “Os vícios de origem e o retumbante fracasso de audiência recomendam que a TV seja fechada — antes que se desperdice mais dinheiro do contribuinte”.

Para chegar a tal veredicto, o jornal enumera os problemas da EBC: perdeu seis dos 15 conselheiros originais de um conselho nomeado pelo presidente Lula, exíguo alcance do canal, saída de três diretores vinculados ao Ministério da Cultura, cabide de empregos, o anúncio de Belluzo dizendo que entregará o cargo na presidência do conselho, irrelevância técnica, alcance restrito na rede aberta, criada por medida provisória e não por projeto de lei.

A quem interessa o fracasso da TV Brasil

Desde que setores do governo e da sociedade começaram a se movimentar pela criação de uma rede pública de televisão, os empresários do setor da radiodifusão e de toda a mídia hegemônica torceram o nariz. Afinal, criar um veículo de comunicação que não esteja ancorado nos valores e interesses do mercado e que poderia se constituir num contraponto ao que é veiculado nas emissoras comerciais seria abrir uma brecha no monopólio midiático que impera no país.

Desde 2007, quando foi lançada, a mídia tenta desqualificar a iniciativa, seja a partir de factóides, seja a partir de problemas reais que a iniciativa enfrenta.

Recuperar o projeto original

Os movimentos sociais e de luta pela democratização da comunicação participaram ativamente do 1º Fórum de TV’s Públicas, realizado em agosto de 2007 e, desde muito antes, já encampavam a campanha pela criação de uma rede pública de televisão no Brasil.

Dos debates à implantação efetiva da Empresa Brasil de Comunicação, ficaram pelo caminho muitos aspectos fundamentais para garantir o caráter público da TV, para tornar efetiva a participação da sociedade nas discussões das diretrizes de gestão, programação e fiscalização através do conselho curador, para superar as dificuldades na diversificação das receitas orçamentárias, para agregar outras emissoras na composição da rede, entre outras.

Esses problemas precisam ser enfrentados para garantir que o projeto original de construção de uma TV pública seja efetivado. Ou seja, uma TV que contribua para a universalização dos direitos à informação, comunicação, cultura, educação e outros direitos humanos e sociais, que expresse a diversidade de gênero, étnico-racial, cultural, regional e social do Brasil e que esteja ao alcance de todos.

Em vários momentos, os movimentos sociais têm apontado suas críticas à forma como o projeto vem sendo implantado. Um dos graves erros cometidos pelo governo foi a nomeação de um “conselho de notáveis” com pessoas que pouca ou nenhuma relação têm com os movimentos sociais organizados ou com as discussões sobre a comunicação no Brasil. Ter personalidades no conselho não é um problema em si, mas conferir um caráter emblemático a um conselho que tem papel nevrálgico na constituição de uma rede pública — num país que nunca experimentou tal modelo — foi um erro crasso.

Erro que foi potencializado pela exclusão das entidades do movimento social brasileiro desse organismo que deveria ser o dínamo da construção de uma rede de fato pública.

Não vamos jogar a água suja do balde com a criança dentro!

Com todos esses e tantos outros problemas que de fato precisam ser enfrentados, alguns de solução mais rápida, outros nem tanto, a luta pela democratização da comunicação do Brasil não pode prescindir de uma rede pública de televisão.

É preciso pressionar e mobilizar a sociedade para apontar os erros cometidos, mas volto a repetir — apenas aos empresários da mídia hegemônica que não querem ver o seu monopólio ameaçado interessa o fracasso da TV Brasil.

Neste momento, é preciso compreender que a bandeira é a da defesa da EBC e da TV Brasil, defesa esta que se faz de forma crítica e propositiva. Diante dos ataques, precisamos fazer uma defesa determinada.

Fonte: Vermelho.

domingo, 19 de julho de 2009

O preço de Veja

por Heber Gonçalves de Carvalho

Aaaaaahh ...

Agora eu entendo como é fácil ser entrevistado nas páginas amarelas da Veja!!!

rsrsrs......................

(postado por Heber Gonçalves de Carvalho)
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sábado, 11 de julho de 2009

Irresponsabilidade


“O STF agiu de forma irresponsável. Tornou menor o jornalismo e o jornalista brasileiros, jogando no lixo uma luta de 40 anos em prol da qualificação profissional.”
Sérgio Murilo de Andrade, presidente da Fenaj


sábado, 4 de julho de 2009

Recado de Danilo

A UNE SOMOS NÓS?

Em tempos de Congresso da UNE (CONUNE) que vai ser realizado em Brasília, na UnB, entre 15 e 19 de julho, sugiro que assistam a esse documentário que eu fiz no último CONUNE, também em Brasília. O nome do documentário é: A UNE SOMOS NÓS?

Bem, é isso. Tirem suas próprias conclusões



Do Blog do Danilo
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quarta-feira, 1 de julho de 2009

Reunião Geral - Participe! Convoque!



Galera,

É imperativo que haja um encontro dos estudantes nesse final de semestre.


Está marcado para amanhã, 5ª feira, quando todos já terminaram as provas.

Não deixe de vir. Convoque os seus colegas e também os representantes de turma.



REUNIÃO GERAL
Nesta quinta-feira, dia 02
Hora: 20:30
Campus Sul - sala JC1


Pauta:



Informe sobre as reuniões com o Diretor Acadêmico Teobaldo e os encaminhamentos.
Consolidação do Movimento Estudantil
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1. Eleições Estudantis
2. Comunicação Interna
3. ELEIÇÃO de representantes estudantis para A COMISSÃO DE RECONTRATAÇÃO DE PROFESSORES(a eleição será feita às pressas por ter sido criada pela coordenação, uma comissão de contratação de novos professores. Segundo Teobaldo, o Diretor Acadêmico da Instituição, a comissão será formada nesta semana e precisamos eleger a representação estudantil para acompanhar o processo.)
4. Outros Assuntos

E isso aí galera, precisamos nos organizar para exigir nossos direitos de estudantes.

Não existe incompatibilidade com o rendimento escolar.


Participe!

segunda-feira, 29 de junho de 2009

8 contra 80 mil


De: Heber Gonçalves de Carvalho
Data: Mon, 29 Jun 2009
Assunto: Folder/Selo defesa profissão jornalista


Prezados

A FENAJ solicita o apoio de todos na campanha em defesa da profissão de jornalista. Por favor, divulguem e distribuam os novos "folder" e "selo" que acompanham esta mensagem.
Valci Zuculoto
Diretora de Educação/FENAJ
pela Coordenação da Campanha


Todo o material Gráfico na página da Fenaj: http://www.fenaj.org.br/diploma.php




.Divulgue . http://www.youtube.com/watch?v=2SP1nZ4CzQs
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sábado, 27 de junho de 2009

Reverteremos a sacanagem do Gilmar?




Senador junta 40 assinaturas para apresentar PEC que torna obrigatória exigência do diploma
24/06/2009
Redação
Portal Imprensa


O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), que na última terça-feira (23) protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição Federal (PEC) para tornar obrigatória a exigência do diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista, já conseguiu juntar 40 assinaturas de apoio.

Para poder apresentar o PEC, eram necessárias 27 assinaturas. Segundo a Agência Brasil, a proposta de Valadares torna obrigatório o diploma para exercer o Jornalismo, além de tornar facultativa a exigência do diploma para colaboradores.

"Com todo o respeito que tenho ao Supremo Tribunal Federal, foi uma decisão equivocada. O jornalista é um profissional cujo trabalho é reconhecido. É uma tradição a legitimidade. O Brasil não pode retroceder. Como um senador socialista, não poderia deixar de recolher as assinaturas e protocolar a PEC", declarou o senador.

Com o objetivo de aperfeiçoar o texto do PEC, Valadares ainda vai solicitar que o Senado realize audiências públicas na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJ), com representantes de associações e federações de jornalistas e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de estudantes e jornalistas.

No dia 17 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou, por oito votos a um, a exigência do diploma de Jornalismo para o exercício da profissão.


Participe do e-Fórum enviando sugestões de pautas, informes, notas, eventos para a agenda e críticas. Escreva para imprensa@fndc.org.br.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Estudantes e Jornalistas cercam Gilmar no Rio de Janeiro




24 DE JUNHO DE 2009 - 21h26

Gilmar Mendes foge do protesto de estudantes e jornalistas no Rio


Estudantes e profissionais de jornalismo protestaram, no dia 23, contra a decisão do STF de acabar com a obrigatoriedade do diploma de jornalismo. Na manifestação realizada em frente à Fundação Getúlio Vargas, no Rio, o Ministro Gilmar Mendes, que fez uma palestra no local, fugiu rapidamente de carro para escapar do protesto.


Amparado por um forte esquema de segurança de PMs e guardas municipais, na chegada à FGV, o Ministro teve o seu carro cercado pelos manifestantes.


Portando faixas e cartazes, os manifestantes concentraram as críticas no Presidente do STF. Gritavam palavras de ordem como “Jornalista diplomado é igual a advogado” e lembravam que “jornalista não é capanga”, em referência ao também Ministro do STF, Joaquim Barbosa, que em discussão com Gilmar Mendes, durante sessão no Tribunal, disse que não era um de seus capangas.


Os estudantes se revezavam no megafone e insistiam em chamar o presidente do Supremo de “Gilmar Dantas”, em relação ao banqueiro Daniel Dantas, preso pela Polícia Federal e posto em liberdade por habeas corpus concedido em duas ocasiões pelo ministro.


O repórter fotográfico Alberto Jacob Filho, diretor do Sindicato e presidente da Arfoc-Rio, participou da manifestação vestido de cozinheiro, parodiando a comparação feita por Gilmar Mendes desta profissão com a de jornalista.


Fonte: Vermelho

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Contra o erro do STF



Estudantes e sindicatos protestam em frente ao STF
Por Globo on Line


BRASÍLIA - Pelo menos 80 estudantes de várias faculdades de jornalismo, jornalistas e sindicalistas ligados à categoria participaram na manhã desta segunda-feira, em Brasília, de uma manifestação em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão da Corte de acabar com obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista . Nenhum dos 11 ministros estava no tribunal na hora da manifestação.


Na semana passada, o Supremo derrubou por oito votos a um a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. Para o relator da matéria, o presidente do STF, Gilmar Mendes, a decisão pode levar o tribunal a fazer o mesmo com outras profissões . Na Câmara, porém, há em tramitação 169 projetos de normatização de profissões como pedólogo, cozinheiro, manicure, astrólogo, técnico de futebol e até repentista.

"Jornalismo não é emitir opinião. Jornalismo é apuração"

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Presente entre os manifestantes, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Romário Schettino, criticou a decisão do Supremo.

- Jornalismo não é emitir opinião. Jornalismo é apuração - disse Schettino. - De forma nenhuma a prática jornalística fere a liberdade de expressão, até porque sempre houve e sempre haverá, nos veículos, espaço para esse tipo de manifestação. O que nós jornalistas fazemos é apurar fatos e, seguindo critérios técnicos, identificar aqueles que são mais relevantes para a sociedade - completou.

Segundo Schettino, o sindicato vai às ruas com o objetivo de debater a questão e apresentar uma nova proposta de regulamentação da profissão.

Mas ele lembra que a prerrogativa para a apresentação da proposta precisa ser do Executivo.

- O ministro do Trabalho já tem em mãos um projeto elaborado pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas). Vamos lutar para implementá-lo, cientes de que esse tipo de proposta é de competência do Executivo, e que a apresentação de novas leis pelos parlamentares poderá ser considerada inconstitucional - argumentou.

http://www.sjpdf.org.br/

ENECOM


Aviso de Danilo



Vai rolar hoje a noite, às 20:30, o pré encontro do ENECOM -Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social. Vale lembrar que só é possível a participação através do pré encontro. Horário: 20:30 Sala (provisória): JC1 Campus Sul - IESB

Danilo Soares. 8123 6257
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Caiu o Que Foi Conquistado Com Luta


Supremo derruba exigência do diploma para jornalistas

Olha, desde que eu passei a entender um pouco de como funciona, questiono algumas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas essa foi de lascar!

*"Não se pode fechar os olhos para o fato de que jornalismo é uma atividade multidisciplinar e que muitas notícias e artigos são prejudicados porque são produzidos apenas por um jornalista especialista em ser jornalista, sendo que em muitos casos essa informação poderia ter sido produzida por um jornalista com outras formações, com formação específica em medicina, em botânica, com grande formação acadêmica, mas que não pode exercer o jornalismo porque não tem diploma. Não se pode desprezar esse contexto", disse o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza.

E mais:
*"A profissão não depende de um conhecimento técnico específico. A profissão de jornalista é desprovida de técnicas. É uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo do conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo." A advogada do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo afirmou que em outros países, como Estados Unidos, França Itália e Alemanha, não há a exigência do diploma. "Nos EUA, a maioria esmagadora dos jornalistas é formada em escola, mas nem por isso se obriga a exigência de diploma", afirmou.

E nos votos:

"Quando uma notícia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão" - Gilmar Mendes

"Esse decreto é mais um entulho do autoritarismo da ditadura militar que pretendia controlar as informações e afastar da redação dos veículos os intelectuais e pensadores que trabalhavam de forma isenta" - Ricardo Lewandowski

***

Conheço diversas pessoas que pensam como esses. Ok, somos livres para pensarmos o que quisermos. Mas não é difícil perceber que a graduação em Jornalismo surgiu de uma necessidade. E não priva qualquer liberdade de expressão, sobretudo numa época em que qualquer pessoa pode fazer o que faço exatamente agora: escrever qualquer abobrinha e publicar para quem quiser.

Aperfeiçoamento, comprometimento com a informação, técnicas... Sim, há pessoas que nasceram para isso e sequer precisariam de um diploma. Foi assim durante muito tempo. Porém, acredito que há muito mais a se questionar. E sequer concordo com a ideia de que Jornalismo não coloca nada em risco. O que são, então, as decisões políticas tomadas pela pressão da imprensa e pela opinião pública escandalizada? Meu caro Gilmar, isso não é nada para o senhor? Então se eu ler a Constituição de cabo a rabo posso decidir melhor sobre a constitucionalidade das coisas... talvez melhor que uns e outros.

Disse Antonio Fernando, procurador-geral da República, de opiniões que admiro muito: A profissão não depende de um conhecimento técnico específico. A profissão de jornalista é desprovida de técnicas.

Desta vez tenho que discordar do senhor. Não é a técnica de saber todos os assuntos, e nem pretendemos tomar o lugar de um engenheiro para falar de construções, de um físico para falar de um fenômeno, de um médico para falar de pesquisas avançadas em torno do vírus H1N1, ou de um consultor de moda para falar das tendências do próximo verão. O senhor considera que ficaria claro para um leitor um texto com informações técnicas a respeito de um assunto específico de cada ciência? Sem elevar a profissão de jornalista ao mais alto nível das funções, é ele o responsável por fazer essa tradução e levar ao leitor informações claras, objetivas, e que mudam, sim, algo em sua vida. Se há muitos anos sentiram a necessidade de se criar escolas de comunicação, alguma serventia há de ter.

E à senhora advogada, peço que passe um semestre, ou menos, em uma turma de Jornalismo. O que acha que discutimos em sala? Assuntos gerais?

É triste ver que as decisões no país, sobretudo desta Suprema Corte nos últimos tempos, têm sido tomadas de qualquer jeito. Assuntos sérios são tratados como qualquer coisa. Não se dá a devida importância ao que realmente deveria ter. E mais: um interesse altamente corporativista, de quem não valoriza o profissional, a profissão e muito menos a função social do Jornalismo. E não valoriza nem em termos econômicos, de fato. Nunca se valorizou, na verdade. Mas, de agora em diante, é uma profissão ideológica, sem direitos, sem um piso salarial. Mesmo com o piso ridículo que há hoje, melhor isso do que nada.

Os jornalistas são aqueles que aceitam trabalhar muito, estar ligados 24 horas por dia, acordar pensando no desenrolar de uma notícia... e ganhar para isso menos do que quando faziam estágios. Sabe o que é isso? Podem chamar de maluquice, eu chamo de paixão. Os idealistas sempre dizem que quem é bom tem espaço. Eu vivo, todos os dias, essa contradição. Os que aceitam trabalhar muito, deixar de viver, de comer como deviam, de conviver com quem deviam... para ganhar pouco, esses sim, sempre têm espaço.

Nem me lembro a última vez em que escrevi algo tremendo de raiva. Nem me lembro a última vez que sentei para escrever quando, na verdade, o que eu queria era gritar. Mas comunicação é assim. Todo mundo acha que pode fazer. Alguém aí precisa de uma balconista?

*As aspas são trechos de notícias retirados da Folha Online, hoje, 17 de junho de 2009

Cíntya Feitosa

Quarta é dia de gritar FORA GILMAR!

Em Brasília, Belo Horizonte e São Paulo já estão confirmados novos atos pedindo a saída do empresário e pecuarista Gilmar Mendes da presidência do Supremo Tribunal Federal.

É HOJE!!!

domingo, 21 de junho de 2009

Mostre que você tem voz

Fenaj convoca


Indignação cresce de norte a sul: novos protestos convocados para segunda-feira

Estudantes de Jornalismo de diversas cidades do país organizam novas manifestações de desagravo à decisão do STF que aboliu a obrigatoriedade da formação universitária para a profissão de jornalista. Os atos estão marcados para esta segunda-feira, dia 22, em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Teresina e Caxias do Sul. Serão simultâneos, a partir das 10h. Em Porto Alegre, haverá manifestação na quarta.

A FENAJ, os Sindicatos de Jornalistas e o Fórum Nacional de Professores de Jornalismo se engajaram na mobilização e estão convocando profissionais e professores a participarem ativamente.

Também conclamam demais segmentos profissionais, movimentos sociais, parlamentares, autoridades a comparecerem às atividades, levando às ruas o apoio e preocupações que já vêm externando aos jornalistas.

Conforme os Diretórios Acadêmicos dos Cursos de Jornalismo que lideram a organização, serão promovidas passeatas que culminarão com atos e a orientação é para que todos participantes vistam preto, usem nariz de palhaço, levem apitos e empunhem colheres de pau, além de faixas e banners da campanha pela valorização da formação e profissão de jornalista. As manifestações serão simultâneas em todas estas cidades, a partir das 10h desta segunda-feira. Já em Porto Alegre, o Sindicato está convocando mais um ato para quarta-feira.

Veja, a seguir, as informações, cidade por cidade, sobre locais de concentração e trajetos das passeatas.

SÃO PAULO (SP)

DIA: 22/06 – segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: em frente ao metrô Consolação - av. Paulista, altura do nº 2163
PASSEATA: até Hotel Reinascence
* Para quem é de Campinas, às 8h sairá um ônibus da PUC levando os manifestantes até a capital.

BRASÍLIA (DF)

DIA: 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: Praça dos Três Poderes
PASSEATA : até a Esplanada dos Ministérios

RIO DE JANEIRO (RJ)

DIA: 22/06 - segunda-feira
HORÁRIO: 10h
CONCENTRAÇÃO: ABI
PASSEATA: até o Palácio Tiradentes

http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2651

Sindicato dos Professores desmente Eda


IESB Demite Professores



O Sindicato reuniu-se com a direção do Iesb na tentativa de encontrar uma saída política para o processo de demissão de 120 professores da instituição que trabalham a vários anos na empresa.



Essas demissões estão ligadas à pretensão do Iesb em transformar a instituição em Centro Universitário. Para isso terá que cumprir exigências do MEC, entre as quais a contratação de professores com titularidade de especialização, mestrado ou doutorado.


Segundo se sabe, essas exigências já eram do conhecimento da instituição desde 2007. Mesmo assim, a direção não tomou qualquer providência no sentido de organizar, com recursos da própria faculdade, um programa de estímulo à pósgraduação para os seus professores.


Esse processo, além de desrespeito aos profissionais que se dedicaram tantos anos à instituição, é uma demonstração clara de falta de planejamento e da visão mercantilista do setor privado de ensino, que tem a educação como um simples produto voltado para os interesses do mercado.


O Sinproep-DF continuará fazendo gestões junto à direção do Iesb para exigir a revisão dos procedimentos de demissões adotados, por meio de solução política e coloca o seu Núcleo Jurídico à disposição do colegas demitidos para, se for preciso, cobrar os seus direitos na Justiça do Trabalho.

do sítio do Sindicato

HÁ LUGAR PAR OS PROFISSIONAIS


Como as normas de avaliação do ensino superior não consideram as especificidades dos cursos e privilegiam a titulação, a exigência absoluta de pós-graduação hoje se estende às instituições privadas de ensino superior, que precisam ser bem avaliadas pelas autoridades educacionais. Há poucos dias, uma delas demitiu um grupo de professores (fala-se em 60) sem pós-graduação. Entre eles, jornalistas experientes, bons profissionais — e, pelo que dizem alunos e ex-alunos, alguns são ótimos professores.
Há lugar para os profissionais ________________________________________ Hélio Doyle Jornalista, professor da Faculdade de Comunicação da UnB
Convidei o cineasta, documentarista e ex-jornalista Vladimir Carvalho para conversar com meus alunos, calouros de jornalismo, publicidade e audiovisual — as três habilitações do curso de comunicação na Universidade de Brasília. Foi excelente. Vladimir, professor aposentado da UnB, poderia perfeitamente ainda estar dando aulas. Tem conhecimento acumulado, experiência profissional, vivência acadêmica, energia e trabalhos importantes, muitos deles premiados, a mostrar.



Mas hoje ele não seria aceito pela UnB: não tem o título de doutor, sequer o de mestre. As universidades federais geralmente só abrem concurso público para doutores. No mínimo, em alguns casos, para mestres.



Por isso, Vladimir Carvalho, 22 filmes realizados, um dos maiores documentaristas do país, não conseguiria ser professor na UnB. Mas um jovem de 28 anos de idade, sem um só filme realizado, tem grandes chances de ser contratado — se tiver o título de doutor, quem sabe obtido com uma tese sobre a obra cinematográfica de Vladimir Carvalho.



O mesmo aconteceria com o jornalista Carlos Chagas, também já aposentado como professor da UnB. Hoje, Chagas, com toda sua experiência profissional e de vida, excelente professor que foi, não conseguiria entrar na UnB. Não é doutor nem mestre. As normas estabelecidas pelas autoridades educacionais consideram que uma vaga de professor de jornalismo estará mais bem ocupada por um jovem inexperiente profissionalmente, que muitas vezes mal conhece uma redação e nunca exerceu a função de repórter ou editor, mas que seja doutor.



Tem mais. Só se entra na UnB com dedicação exclusiva. Ou seja, um jornalista ou publicitário bem-sucedido, que chefie uma redação de jornal ou uma agência de propaganda, não pode levar seus ensinamentos aos alunos de comunicação se não optar pela dedicação exclusiva à instituição, deixando de lado a vida profissional. Mesmo que seja excelente professor. E titulação vale para ganhar mais, experiência profissional não vale nada.



Como as normas de avaliação do ensino superior não consideram as especificidades dos cursos e privilegiam a titulação, a exigência absoluta de pós-graduação hoje se estende às instituições privadas de ensino superior, que precisam ser bem avaliadas pelas autoridades educacionais. Há poucos dias, uma delas demitiu um grupo de professores (fala-se em 60) sem pós-graduação. Entre eles, jornalistas experientes, bons profissionais — e, pelo que dizem alunos e ex-alunos, alguns são ótimos professores.



Em cursos como o de comunicação, que forma jornalistas, publicitários, relações públicas e profissionais da área audiovisual, é preciso aliar as disciplinas de formação teórica e o embasamento científico à formação para a atividade profissional. São ensinados os processos e as teorias da comunicação, mas os alunos de jornalismo, por exemplo, também têm de aprender a apurar uma notícia, entrevistar uma fonte, redigir um texto jornalístico, editar para meios impressos ou eletrônicos. Mais que isso, têm de entender a profissão, conhecer a realidade do mercado no qual serão jogados. Não é o título de mestre ou de doutor que fará alguém, necessariamente, ensinar isso melhor do que um jornalista experiente e competente.



A boa universidade tem de ter muitos doutores e mestres e deve se empenhar para que seus professores obtenham esses títulos. A maioria dos professores deve se dedicar exclusivamente ao ensino e à pesquisa. Mas há lugar para professores que, sem títulos acadêmicos, tenham vivência, experiência profissional e carreiras bem-sucedidas. E, sobretudo, vontade de transmitir conhecimentos. Não há razão para exigir que profissionais dispostos a dedicar algumas horas semanais ao ensino tenham de se afastar das redações, agências, produtoras e emissoras.



A pós-graduação é um elemento importante de avaliação acadêmica, e deve ser incentivada, mas não é essencial para todos os que dão aulas no ensino superior. Falo da comunicação, que conheço. Presumo que isso não se aplique a todas as áreas acadêmicas. Mas já ouvi o mesmo argumento de alunos, professores e profissionais do direito, da arquitetura, da medicina, das artes. Doutores, mestres e especialistas devem conviver com bacharéis, que no futuro poderão ser pós-graduados. Professores em dedicação exclusiva devem conviver com professores que dão duas, quatro ou oito horas de aulas semanais. A universidade voltada para a formação integral de seus alunos só tem a ganhar com essa diversidade.